Quando
penso em bolsa de mulher, nunca penso em moda ou marcas famosas.
Penso em excesso: de
coisas e de peso.
E
a imagem que vem imediatamente à minha cabeça é a de um corpo
ligeiramente inclinado para dar conta do peso extra, e depois, do
número enorme de pacientes que chegam com diagnósticos de
tendinite, epicondilite, capsulites, cervicalgias, artrose, hérnias
de disco, alteração postural, dor, muita dor, e que ainda conseguem
andar com uma bolsa pesada.
Mas
não é assim que a maioria das mulheres veem suas bolsas, para elas
é o símbolo da mulher prevenida que vale por duas.
Pena
que só uma carrega.
A
bolsa maravilhosa em questão aqui é aquela grande,
com alça de um lado só,
e pesada de tão cheia que está. Este tipo de bolsa é muito comum
de se ver nas ruas e nos transportes, às vezes nem a bolsa dá
conta, podem-se achar objetos que não couberam nela entre as alças
da mesma ou no outro braço da criatura prevenida.
Então,
essa situação onde a pessoa carrega um peso maior do que deve, e de
um lado só, gera um impacto
nos movimentos e na postura que
se adapta para compensar o peso, desta
forma:
-A
cervical se inclina para compensar o peso.
-A
verticalidade da cabeça e a horizontalidade do olhar são fatores
importantes do nosso equilíbrio , imagina o que o corpo tem que
fazer para manter esta tarefa.
-Com
todo esse desalinhamento, as várias estruturas do corpo distribuem
mal as tensões e isso, invariavelmente, gera dor, pois tiramos as
articulações do seu eixo.
-Pense
que o seu corpo está sempre em movimento, se segurando para não
perder o equilíbrio na rua, no metro, nas escadas... Que você
atravessa a rua, às vezes devagar, às vezes correndo.
Somando-se
a isso tudo o peso da bolsa que gera toda essa confusão no nosso
corpo.
-Caso
você já tenha algum quadro de dor, seja ele qual for, ou de
alteração postural,
a
nossa protagonista torna-se facilmente um fator agravante. Se o seu
caso for de não referir nem cócegas , mesmo assim: CUIDADO! Aprenda
com a experiência alheia.
-Claro que é o uso exagerado que acaba transformando um visual matador num pesadelo. Mas, para não errar, quando for carregar muitas coisas, use mochila, (sempre respeitando uma média de 10% do peso corporal), outra forma é a bolsa com alça cruzada pelo ombro, que distribui melhor o peso também.
E
numa liberdade poética podemos fazer como diz o poema da Cora
Coralina:
“Fechei
os olhos e pedi um favor ao vento: leve tudo o que for desnecessário,
ando cansada de bagagens pesadas. Daqui para frente apenas o que
couber no bolso e no coração”.
Uma
vida leve e sem dor é o que desejo a todos!!!
Referência bibliográfica:
- "Os Desequilíbrios Estáticos" - Fisiologia ,Patologia e Tratamento Fisioterápico- Marcel Bienfait
- minha experiência clínica
Adorei este texto, Carmen. Sou daquelas prevenidas que valem por duas. Por isto carrego duas bolsas... Uma pequena e a mochila nas costas, onde ficam sombrinha, livro, agasalho, e outras cositas más. Tenho tentado me livrar da bagagem há muito tempo, mas não consegui ainda atingir a fórmula ideal. Vou continuar tentando.
ResponderExcluirCarmen, aprendi que realmente sou mais feliz carregando menos coisas! De todos os tipos, inclusive na bolsa!
ResponderExcluirAdorei o texto!
``Menos é mais ´´ !!!!Essa frase se encaixa perfeitamente no contexto, pois viver feliz é viver sem dor !
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